1 de julho de 2014

O Terraço da casa dos meus avós

Em casa dos meus avós, havia – há - um terraço lá no alto. No Inverno era frio e no verão era quente, bem quente, mas eu adorava aquele terraço. Tinha um cheiro característico, um cheiro que ainda se mantém passados tantos e tantos anos.
O terraço da minha avó era castelo, cozinha, restaurante, casa de bonecas, pista de dança e o mais importante era o meu refúgio. Nele brinquei com frigideiras velhas, potes e vasos vazios, pedaços de tecido que a minha avó guardava num baú preto, que ainda existe, com missangas vindas do brasil. Havia - há - um tanque de lavar a roupa com o cheiro do sabão azul e branco, onde brinquei a lavar as roupas das minhas bonecas. Era bom estar no piso debaixo e ouvir a minha avó a lavar a roupa e ouvi-la a chamar-me: “Rainhazinha…”, subi as escadas, inúmeras vezes, e chegava a um mundo encantado, a um dos meus mundos encantados.
A vista do terraço da minha avó é linda, tão linda que ficamos com a respiração suspensa, vê-se o tejo, a ponte antiga, o verde dos campos e da encosta que conduz à cidade.

Os meus avós já não estão lá, mas aquele terraço foi, é e sempre será o terraço da casa da casa dos meus avós.

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