1 de julho de 2014

O Terraço da casa dos meus avós

Em casa dos meus avós, havia – há - um terraço lá no alto. No Inverno era frio e no verão era quente, bem quente, mas eu adorava aquele terraço. Tinha um cheiro característico, um cheiro que ainda se mantém passados tantos e tantos anos.
O terraço da minha avó era castelo, cozinha, restaurante, casa de bonecas, pista de dança e o mais importante era o meu refúgio. Nele brinquei com frigideiras velhas, potes e vasos vazios, pedaços de tecido que a minha avó guardava num baú preto, que ainda existe, com missangas vindas do brasil. Havia - há - um tanque de lavar a roupa com o cheiro do sabão azul e branco, onde brinquei a lavar as roupas das minhas bonecas. Era bom estar no piso debaixo e ouvir a minha avó a lavar a roupa e ouvi-la a chamar-me: “Rainhazinha…”, subi as escadas, inúmeras vezes, e chegava a um mundo encantado, a um dos meus mundos encantados.
A vista do terraço da minha avó é linda, tão linda que ficamos com a respiração suspensa, vê-se o tejo, a ponte antiga, o verde dos campos e da encosta que conduz à cidade.

Os meus avós já não estão lá, mas aquele terraço foi, é e sempre será o terraço da casa da casa dos meus avós.

À minha filha  

Nasceste a 23 de Fevereiro de 2013, fizeste um ano à meses atrás e na altura não consegui expressar o que estava a sentir, tal era a emoção.
 Querida filha adorei estar grávida, sentir-te a mexer dentro da minha barriga e a crescer de dia para dia, adorei ter te nos meus braços e alimentar-te passado uma hora de estares num mundo muito maior, ver-te dormir era e é uma delicia, ver-te crescer e ser testemunha das tuas conquistas é de uma felicidade que não cabe no peito. Quando ao fim do dia te encostas a mim, quando descansas no meu ombro, quando te ris às gargalhadas pelas maluquices que te faço, quando choras porque não fazemos o que tu queres – sim tu tens quereres – quando danças assim que ouves música, quando brincas com os avós, tios, prima ou quando te agarras com muita força ao teu pai a dar miminhos tomo consciências que sou muito, mas muito abençoada e feliz.
Faço tudo para te ver feliz e em segurança, estou e estarei ao teu lado sempre e para a vida toda. Desejo ter a sabedoria para te ajudar a transformares-te numa criança, menina, mulher que sabe o que quer, que procura a felicidade em todas as coisas da vida, nas grandes mas principalmente nas pequenas. Desejo ser, juntamente com o pai, o teu porto seguro, a tua estrela guia.

Querida Balu obrigada por teres mostrado as coisas importantes da vida e por todos os dias me fazeres pensar e repensar nas minhas atitudes e sentimentos.


21 de maio de 2014

I`m  back            

Estive ausente durante muito tempo. A verdade é que andava em baixo, física e psicologicamente. Pensava no blog e pensava que queria avançar com “ele” para a frente, mas não conseguia. MAS, estou de volta!
E estou de volta para dizer que, apesar dos momentos menos bons, apesar de me queixar de vez em quando (se nos estivermos sempre a queixar tornamo-nos uns grandes chatos) ADORO estar viva. Adoro acordar de manhã e estar aquecida pelo J., adoro ouvir os primeiros sons da B. na sua cama e choramingar para a irem buscar.
Adoro viver… mesmo que às vezes me esqueça de sentir isso!


P.S. – Querida Sónia, obrigada pela preocupação *** 

13 de março de 2014

Sem Rumo

Detesto este sentimento. Sentimento de navegar sem rumo, não saber para onde ir. Sei o que não quero, mas para fazer acontecer preciso de saber, exactamente, o que quero. Para onde seguir, para que lado virar o barco até chegar àquele porto.
Sei que quero sair deste emaranhado de insatisfação, de águas turvas e estagnadas. Quero ir para águas limpas e sentir ventos acolhedores. Como fazer sem arriscar?! Impossível! Sem fazer tremer o meu outro mundo?! Impossível! E coragem? Onde anda essa companheira de outras eras… de outras esferas… O que fazer, como o fazer. Para onde ir.

20 de fevereiro de 2014

Ser feliz e gratidão!

Eu achava que a felicidade residia em grandes gestos, um jantar romântico com velas e flores, uma efusividade desmedida no dia-a-dia, em dar constante atenção ao outro. Ao longo dos anos fui aprendendo que a felicidade reside nas pequenas coisas, num olhar carregado de carinho, num pequeno abraço, num afagar a face, em sentar no sofá ombro com ombro num contacto conhecido. Chegar a casa perguntar e responder: “Como correu o teu dia?”, “Estás bem?”, falar do dia-a-dia, de nós, da vida, também é felicidade. Não é a felicidade dos filmes, essa aparece em dias muito especiais quando aparece, mas sim a felicidade de todos os dias. Aquela que conforta, que nos mima, que nos dá alento e que devia ser considerada a mais importante. Quem tem, ou procura, e trabalha - sim trabalha porque a felicidade do dia-a-dia tem que ser trabalhada - deveria agradecer todos os dias. Deveria sentir gratidão pelas grandes e pequenas coisas, especialmente pelas pequenas, porque pelas grandes todos agradecem. Entenda-se que quando falo em coisas não me refiro a objectos e sim a momentos, sentimentos e gestos.
Este último ano aprendi a dar outro valor à gratidão, um valor mais importante. Ser grata e considerar-me abençoada fez-me ser uma pessoa melhor. E os momentos menos bons, são encarados como um fortalecimento da alma e um acrescento à nossa essência.
Sinto felicidade e gratidão todos os dias.

14 de fevereiro de 2014

Sou mãe!


Desde os meus 17/18 anos sabia que queria ser mãe. Sabia com todo o meu ser, que adoraria ser mãe. Passados 11 anos fui mãe. Sou tua mãe. E adoro cada momento, cada choro teu, cada sorriso, cada noite mal dormida – não são muitas - cada etapa tua. Eu sabia que ia adorar ser mãe, só não sabia que ia adorar tanto, que ia amar de paixão. Sou tua mãe à quase um ano e é tão maravilhoso.


A Mãegyver, aqui, A.K.A Pólo Norte, publicou um vídeo que diz tudo.